quinta-feira, dezembro 28, 2006

.amor correspondido - 1996.

Danilo.
Eu tinha 16 anos quando o conheci, no colégio, eu fazia o terceiro ano e fomos apresentados por uma amiga em comum. No começo a gente conversava sobre bandas de rock, sobre skate, mas não demorou muito para as brincadeirinhas a respeito do meu porte físico começarem. Pigmeu, era assim que ele me chamava.
E do mesmo modo como as brincadeirinhas começaram, a intimidade também cresceu. Eu sempre tive um problema com meninos 'diferentes' sabe...eu me apaixono por eles.
E pelo Danilo, ou melhor, pelo Nico a não foi diferente. Mesmo com as brincadeiras idiotas a respeito da minha altura nada avantajada, eu secretamente arrastava um bonde por ele. Passava o intervalo no pátio, escrevendo num diário que ele vivia tentando ler e eu nunca deixava; já ele adorava chamar minha atenção de maneiras toscas, como desamarrar meu tênis ou puxar meu cabelo. Viva a adolescência.
A gente sempre voltava juntos da escola, a minha casa ficava no caminho que ele fazia pra ir pra dele, nos despedíamos na esquina da minha rua, ele batia com a mão no topo da minha cabeça e repetia "Você não vai crescer não?", daí eu subia na guia . Ele ria e eu era invocada.
Na semana do dia dos namorados, qdo eu subi na guia, o que eu mais esperava aconteceu: finalmente o Nico me deu um beijo. Ai meu Deus, se a minha mãe me pega beijando esse menino com cara de doido bem aqui na esquina! Saí meio fugida, meio querendo outro beijo, meio com pressa, meio com vergonha e MUITO feliz.
Nos dias que se seguiram, o Nico me evitou na escola. Mal chegava perto de mim, nem pra conversar, nem pra desamarrar meus tênis. Fiquei com medo, mas que droga, justo agora que eu achava que ele também fosse afim de mim?! Resolvi que não iria mais passar o intervalo no pátio, escreveria no meu diario dentro da sala de aula. Já que ele não queria falar comigo, eu iria manter toda distância possivel.
Passou um tempo. Eu me formei, ele mudou de escola. No restante daquele ano, a gnt ainda se falou algumas vezes, mas parece que nunca mais foi a mesma coisa. No ano seguinte, eu comecei a trabalhar e encontrei com ele na rua algumas vezes e então voltamos a nos falar por telefone.Alguns anos depois, uma conversa:
- Danilo, vou te confessar uma coisa, lembra o nosso tempo de colégio? Então, eu gostava de vc, acredita?
- E pq vc não me contou?
- Pq eu achava que vc não gostava de mim, oras!
- Mas eu gostava!
- E pq vc nunca me contou também?!
- Pq eu achava que vc não gostava de mim!! Vc se afastou depois que a gnt ficou!
- Foi vc que ficou estranho comigo!!
- Eu tava com medo, vc saiu correndo! Eu sempre gostei de vc, sua besta!
- E eu de vc!

Depois disso, a gnt voltou a ser muito amigo um do outro. Nunca mais ficamos, sequer demos um abraço mais demorado, mas foi quando eu aprendi que nem tudo é o que parece ser. A paixão adolescente virou um companheirismo, uma amizade incrível, fui vocalista da banda dele por alguns ensaios, fiz um "oh" a cada tatuagem e hoje tenho ele como um irmão, um irmão que me deu uma sobrinha linda. O nome dela? Yasmin. O mesmo nome da minha irmã.

quarta-feira, dezembro 27, 2006

guerreiro.

Como é que vc conseguiu entrar no meu apartamento?
Ei! Dá pra tirar o pé de cima da mesinha de centro?

Pelo menos a gnt ri.
Bobolino.

1979 - 2001 R.I.P

O ano que eu morri foi especial.

Ele me ligava todos os dias e me acordava pra dentro do nosso mundo. Lá, eu já era tudo que eu queria ser e ele me aceitava assim...mais do que isso, ele me incentivava. Eu não lembro muito bem o que acontecia aqui na minha casa, não lembro direito em que época eu perdi meu emprego de verdade, meus amigos de carne e osso e quando foi minha formatura de enfermagem. Eu tive formatura? Acho que não. Eu lembro que no mundo dele eu podia ter tudo, tinha até filhos com nome, idade, apelidos...tinha dois cachorros e uma cama verde-água. O sofá, era cor-de-rosa.

Tínhamos o costume de tomar café da manhã reunidos e pendurávamos os desenhos das crianças na geladeira. A filha maior era loura, como o pai, e a menor era morena, dos olhos grandes, como eu.

* * *

Fazia tempo que eu não pensava mais nisso.
love is suicide.

não é mesmo, Billy Corgan?

terça-feira, dezembro 26, 2006

silêncio.

Caindo. Rápido.


Ninguém tá vendo?

Pq vc só enxerga o errado?
Eu tou caindo de novo e vc só enxerga o errado.
Olha aqui pra baixo, eu já desci mais e vc não viu?
Ninguém tá vendo?

Pq vc ainda me faz sentir assim?

Eu tive um sonho ruim, ele veio me buscar de novo, ele tava atrás de mim, vc não vê?
E se eu te contar, a culpa ainda é minha!
Ele sorria e me chamava de pequinininha, como de costume.
Eu não quero sonhar de novo.

Aí, fica dificil de respirar.

E tudo que eu queria era que vc enxergasse o certo. O certo em mim.

domingo, dezembro 24, 2006

.casamento.

Eu poderia ter me casado com o homem certo quando ele me pediu.
Mas infelizmente o homem certo não era o amor da minha vida.

.recadinho.

Viva!! viva às cobranças, viva às pessoas que me olham torto, viva à minha vida adulta, ativa, nada tediosa.

Acho que a minha vida é mais legal que a sua.Tenho certeza disso cada vez que te pego me espiando pela janela, pelos portões, pelas esquinas. Não tens por acaso mais o que fazer? Eu tenho e vc sabe...e o que vc não consegue descobrir, vc imagina. Eu te torturo vivendo, vc me diverte me assistindo. Me olha. Pode olhar de novo, eu deixo, hahaha...

Viva todos os fofoqueiros da rua, do bairro, da cidade, das baladas, dos empregos!
"Melissa, o que os outros vão pensar?"
Pensem o que quiserem!

Enquanto eles estão pensando, eu estou vivendo.

.eu te amo.

A primeira vez que eu vi aquele rosto tão diferente e tão familiar, levei até um susto. Como é que eu poderia te conhecer há tanto tempo sem nunca ter te visto antes? Não tinha como saber, mas tinha como descobrir aos poucos. Mas dentro de mim eu sabia, eu te conhecia tão bem, tão bem!

Um link, um blog, outro susto. Puta que o pariu, como é que pode?

"Wednesday, February 22, 2006

às vezes eu me pego sentado, fantasiando situações hipotéticas. às vezes o meu som ligado, eu escuto as letras das músicas fingindo que estou vivendo cada pedaço daquele amor. muitas dessas noite, já na cama, eu abraço o travesseiro, e aspiro longamente o aroma do lençol. obviamente você nunca se deitou nele, mas eu imagino que sim, e me esbaldo numa companhia solitária, um consolo patético.mas sabe que, agora, nesse exato minuto, não fantasio, não cheiro, não suspiro, não alimento. nesse minuto eu estou sentado, sim, eu e um cigarro ruim, e uma vela, que ilumina o ambiente. só a vela. e eu reparo que a chama dela é pequena, quase imperceptível. e aquela chama me lembra o óbvio, e o óbivo, tão doloroso à primeira vista, agora nesse corpo anestesiado não se faz tão ferino. o óbvio é que, dessa chama toda, restou as cores de uma paixão cinzenta e uma mágoa.apago o cigarro, assopro a vela. e tomo logo as pílulas de dormir, pra não pensar em bobagem no colchão."


Te aplaudi.
Alguém leu a minha alma. Cadê, cadê vc, de onde vc é?? Como assim?
Muito sério, sempre preferi a vida real do que a internet, tanto que me ausento do mundo virtual a ponto das pessoas acharem que morri. Mas por ele valia a pena, por ele valia tudo. E em alguns dias de conversa, algumas semanas de interurbanos e dois meses de economia, lá estava eu, desembarcando no Salgado Filho, no inverno gaúcho, tomando cerveja no Bambus tendo vc ao meu lado e no olhar vinha a certeza de que sempre estaria lá pra mim, de que eu sempre teria pra onde voltar. A certeza, de que não só eu te amei antes mesmo de te conhecer.

Hoje vc pegou o avião e voltou pra tua terra, voltou pra Porto Alegre e mais uma vez deixou em mim um sotaque gaucho carregado, umas piadas indignas e uma canção pra lembrar. Engraçado é que eu e vc nunca choramos nas nossas despedidas, vai ver é pq a gnt sabe que tudo isso é passageiro, e que aquela idéia utópica que a gnt teve na primeira semana de conversa, aquela coisa sobre morarmos juntos, parece cada vez mais real. Meu marido gay, meu Nelson Rodrigues, minha cantora de cabaré, minha companhia perfeita para porres. Sim vc é o único que me convence a beber. Amo-te tanto que não sinto ciume. Se tu amas tbm tuas amigas sapatas, tuas amigas do colégio, da faculdade, se tu amas outras mulheres, não faz mal. Eu sei que o meu lugar na sua vida já existe muito antes disso, como teu espaço na minha vida já era reservado há tanto!

"Escrevo teu nome por toda ponte, escrevo com giz, eu risco o céu e a gente senta pra ver o sol"

E qdo eu fiquei triste, vc disse "Não tenta ser igual a todo mundo, vc não é e vc sabe disso" e eu não queria, pq acho que se eu fosse igual a todo mundo as coisas seriam mais fáceis. Vc me aceita assim enqto dentro da minha propria casa as pessoas...
Somos viscerais, eu e tu. E nos aceitamos assim. Amor correspondido, sempre.
Ah, vc esqueceu sua camiseta!

Te dedico, Filipe Catto.
eu te amo.

43kg

Alface, salada de alface e abre uma lata de atum.
É a janta, com esse calor, quem aguenta?

Não caralho, eu não tenho anorexia, não mais.

domingo, dezembro 17, 2006

Anapaula

Sabe quando foi que eu fiquei amiga da Ana de verdade?

- Ana, vamos pra Paulista?
- Fechou!


Pode ser o dia que for, na hora que for, ela vai.
Sabe aquela pessoa que é pau pra toda obra? Aquela pessoa que entra com vc em todas as lojas de muambas, que fala mal dos outros MUITO ALTO no metrô? Aquela amiga que faz vc rir da própria desgraça?
Mesmo morando longe, mesmo com encontros espaçados podemos dizer que somos a melhor amiga uma da outra =) Gosto tanto!
A Anapaula tem essa coisa 'guerrilheira' com ela. Se tivesse vivido nos anos 70, certamente seria punk. Ela ama o Che Guevara e tem uma camiseta escrito "Amor Latino" que eu paguei o maior pau. Ela é louca por música eletrônica e entende disso como poucas pessoas. Ainda assim, sua banda do coração é o U2.
É legal apresentar a Ana pros meus outros amigos, ela consegue ficar amiga deles também em questão de minutos. Tem uma amiga minha que a Ana tem medo, diz que ela dá azar. Tem outro que ela odiou pq ele falava o tempo inteiro mal do U2. Ela não gosta de rap, nem de Tim Maia, coisas que eu gosto. Ela não curte disco music, mas se estiver tocando, dança comigo, pq eu gosto. Outro dia ela veio com uma historia, que tinha ido numa balada de musica latina, alguma coisa do tipo salsa, imaginei-a tocando maracas e tive um acesso de riso.
Depois pensei que seria legal ir num lugar desses, com tiozinhos de bigode, sabe?
A Ana acha graça em coisas que nem sempre tem graça, e daí eu acabo rindo pq ela ri.
E nas coisas que eu acho graça, ela faz aquela cara de tédio, e então eu dou mais risada ainda.


A Ana prefere Adidas. E o nome dela escreve assim, ANAPAULA tudo junto.

Moonsafari. Moonsafada.

quarta-feira, novembro 01, 2006

This is not a song to f*ck.This is a song to make love.

I Wanna Be Adored
The Stone Roses


I don't have to sell my soul
He's already in me
I don't need to sell my soul
He's already in me
I wanna be adored
I wanna be adored

I don't have to sell my soul
He's already in me
I don't need to sell my soul
He's already in me

I wanna be adored
I wanna be adored

Adored

I wanna be adored
You adore me
You adore me
You adore me
I wanna
I wanna
I wanna be adored
I wanna I wanna I wanna be adored
I wanna I wanna I wanna be adored
I wanna I wanna I gotta be adored
I wanna be adored

* * fungoma:
- Ah, então vc gosta de Stone Roses!!
- Eu gosto!

...
E agora eu gosto de vc também.



Love,

M.
eu ando bem sossegada sabe, num sossego de felicidade, igual aquelas pessoas dos comerciais de TV que estão andando na rua e simplesmente fecham os olhos pra suspirar sem motivo.

às vezes eu paro e me pergunto: já fui triste?

Acho que fui tanto e por tanto tempo que gastei todo estoque.

E desta vez, versão SEM PROZAC.
Sou muito mais forte que isso...valentinissima.
Quer ver?


Love,


M.

sábado, setembro 30, 2006

Nescafé

Café na casa do Rodrigon.
V de Vingança, Anapaula assistindo.

01.17AM
Rodrigon deitado no chão - ele é muito meigo mesmo.

passar a madrugada acordada na companhia dos meus dois melhores amigos, na casa de um deles, apenas rindo e Nescafé, apenas filmes e risadas, apenas sendo importante pra gnt importante.

Oh, G!



[The End of the World - The Cure]

Love,

M.
É engraçado isso de ficar triste, de terminar relacionamento, de ficar frustrada...a gnt fica toda insipirada, aprende a digitar os sentimentos, vomita na tela tudo que está engasgado...
Quando isso tudo passa, quando a gnt exorcisa o fantasma do ex, percebe que o pedestal do coração não foi feito pra ele... Ah!Que sensação maravilhosa!Todo mundo fala da sensação que é a de se apaixonar, da dor que é perder o ser amado, mas quase ninguem comenta como é bom o alívio das pessoas que superam tudo isso, que depois do baque inicial procuram tomar conta de suas vidas por amor de si, por merecerem coisa melhor do que chorar a vida inteira por alguem que não lhes quis.

Então, estou aqui, falando sobre o bem estar, a sensação divina de estar livre, dona de mim de novo e muito mais cautelosa qdo acontecer de gostar de alguem de novo. Existe sim, uma pessoa que eu gostaria que voltasse a fazer parte da minha vida, que no meio dessa bagunça toda foi que eu descobri o quanto ela ainda é importante pra mim, essa pessoa é o Gerson e ele sabe disso. Mas eu acho que não vai rolar - ou talvez não role agora, quem sabe um dia, o mais importante ele já sabe, tive a oportunidade de dizer tudo pessoalmente e acho que agora só o tempo dirá. Eu tou sossegada, feliz, leve e dona de mim, de um jeito como nunca me senti antes...nunca senti tanta força interior, nunca gostei tanto de mim como agora...às vezes chego a acreditar que se não aparecer mais ninguém, se eu ficar pra sempre assim, não morrerei triste.

Obrigada a todas as pessoas que me disseram que eu sou forte, valente...vcs estavam certos.
Obrigada a todas as pessoas que me fizeram rir, quero retribuir com muitos casos engraçados de laboratório, dessas que vcs desacreditam.

E pra quem tá na situação dolorida do fim recente do relacionamento, pra quem acha que não pode viver sem aquela pessoa, pra quem acha que vai morrer disso, acredite em mim (dois pontos) VC SÓ VAI MORRER DISSO SE QUISER E SE VC RESPONDER AGORA "AH EU QUERO MORRER ", ENTÃO A PESSOA QUE TERMINOU COM VC TEVE RAZÃO , SEU LOSER!

Viva, vc vale muito mais do que isso...mas só dá certo se vc também acreditar, de verdade.

Love,

M.

(O blog está quase abandonado pq meu computador quebrou, mas de vez em quando eu entro e vejo os comentários e quando tenho um pouco mais de tempo, atualizo. Pensei em mandar arrumar o computador, mas acho que não tenho mais tempo pra ele, a vida real está muito, muito, muuuuiitooo mais interessante.Quem sabe logo eu volto, com mais casos de laboratório, já que o blog foi mesmo criado com este intuito...)

segunda-feira, agosto 28, 2006

09:03 AM

Festival de curtas no Museu da Imagem e do Som, tem coragem?
No cinema, tinha um cara igualzinho o Ash sentado na nossa frente, de repente ele se levanta e vai deitar no chão.
Indie escroto. "Tyger" foi o melhor.
Sobe a Augusta, desce a Augusta, achamos lugar num boteco, bem na esquina com direito a pedintes infantis e um garçom que era A_Cara do Costinha. Cerveja, provolone, batata frita, cerveja de novo.
Onze horas, ô caraio, não dá mais tempo de eu voltar pra casa sozinha, mas no fundo eu não queria mesmo.
- Ah, dorme na casa do Dudu!
- Verdade, ô Dudu, vamo pra balada?
- Ah eu não posso, eu vou embora.
- Fica aí Ana, eu vou ficar.

- Mas Sonic, pra onde a gnt vai?
Sobe Augusta, vai da Paulista até a Minas Gerais, volta e passa na Fungoma. Uma casa nova, BEM ao lado tocava Eurythmics, a música que deu nome ao meu fotolog, claro, chamou minha atenção. A casa, uma construção antiga, com cara de CASA mesmo, cinza-escuro por fora, vermelho por dentro (dava pra ver pelas janelas abertas ainda aquele horario). Tinha um cara na porta, Sonic e eu curiosos:
- Ei, qual é o esquema aí?
- É uma casa de fetiche.
- Como assim? quanto é pra entrar?
- É assim: aqui a mulher manda. Se ela disser pra vc deitar no chao que ela quer pisar em cima, vc tem que obedecer. Homem paga 30 reais.
- E mulher? - aí fui eu que perguntei né, achei no minimo interessante...
- Mulher entra de graça.
Sonic e eu nos entreolhamos e preferimos voltar pra Rua Augusta.Achamos o Oasis Club, nova balada do Click.
- Ai Sonic, olha essas vespas!!
Lá dentro tocava Stray Cats
Click foi legal, eu, Dudu e Sonic tínhamos agora o nome na lista VIP.
Mas ainda tivemos que ficar um tempo ali na calçada em frente, esperando o Dudu e o resto do pessoal. Nisso eu vi o Alex passando. Corri atras:
-Vc não disse que iria trabalhar em outro lugar hoje?
- Garota de mel !! Não acredito!!!
-Vc é o unico que me chama assim.Te vejo lá dentro.

Quando eu entrei não tava mais tocando Stray Cats, tinha uns mods lá, rolaram Rolling Stones e Aretha Franklin na pista. Me joguei. A melhor parte de tudo foi encontrar a Naty lá dentro.E o fenomeno da voz rouca começa a piorar depois das 2:30 da manhã.
-Naty, eu te espero lá em cima, tou conversando com o Alex.
-Mel e se eu não aguentar e ficar com o Caio?
-É dificil encontrar quem a gente gosta numa festa sem querer. Por isso eu tou aqui. Quer saber o que eu acho? Beija sim Naty, pq não existe coisa mais maravilhosa do que ficar com quem a gnt gosta. Tou la em cima, vai lá depois.
-Mas eu não tenho coragem... eu namoro!
Subi.
Sonic e Dudu sinucavam. Eu entrei na parada. Tava ruinzinho o jogo, mas eu fiz umas bolas bonitas, fui até aplaudida por um bando de maconheiros, desses que ficam na beirada da mesa assistindo o jogo dos outros.
O menino da camiseta listrada e chapéu do Freddy achava mesmo que iria ficar comigo, ai Deus, dai-me paciencia. Quem sabe se eu ainda tivesse 17, hahahaha.

Cheguei em casa era 7:30 da manhã, ainda deu tempo de me despedir do Alex. Naty ficou numa padaria perto de casa, se chafurdando no cheeseburguer matinal e talvez pensando no beijo que deveria ter dado no Caio. Eu vim pra casa, tomei banho, arrumei o quarto e tomei um copo de suco de manga antes de dormir. Esperei o cabelo secar um pouco, enquanto via alguma coisa chata na TV, era seu aniversário...olhei pro copo de suco de manga e doeu um pouco aqui dentro.



Love,


M.

sexta-feira, agosto 18, 2006

*Te dedico...*

E daí qdo eu saí do cursinho hoje às 20:30, fui descendo a avenida, mochila nas costas, torcendo pra não ser assaltada, a nossa música na minha cabeça.
Suspirei, tinha esquecido a carteira, com o dinheiro pro ôniubus, mas tudo bem, eu vou à pé, é perto. Assoviava a música naquela parte que vc falou que era difícil e era mesmo, meu fôlego não deu.
Acabei me distraindo com o movimento das prostitutas na rua. Uma delas se oferecia pra um taxista, um tiozinho barrigudo que preferia mil vezes estar em casa, vendo a novela - ele tinha pinta de noveleiro - a ter que comer uma infeliz daquela, com um cabelo mais abandonado que tudo, raiz crescida e usando uma jaqueta falsa da Nike que devia ser do amasio, provavelmente um traficante de meia-tigela. É incrível como a gente consegue semi-adivinhar certas coisas. Aposto como o taxista mora numa casa que tem cheiro de comida o tempo inteiro. Todo dia a casa dele tem cheiro de macarrão com frango. Garanto.
Outro dia, ali perto, eu vi um mendigo conversando com um cachorro e o infeliz do vira-lata prestava a maior atenção. Agora eu só fazia "hum-hum" pra cantarolar a nossa música, era o único esforço que eu conseguia fazer, tinha que manter a garganta ocupada antes que aquele nó me sufocasse de vez. Acho que tou me saindo cada vez melhor nesse lance de me fazer forte, não senti o gosto salgado nenhuma vez ainda...mas a minha vontade era mesmo a de chegar em ti mostrando meus olhos úmidos e vermelhos, te sacudir e gritar se tu não vês o quanto eu te gosto, te pedir pra mim só um pouquinho...
Recomponho-me.
Atravessei a rua, é acho que o tempo vai mudar, vc viu só esse vento?
Muita coisa muda.
E muitas outras continuam iguais, pateticamente iguais.



Love,


M.

quinta-feira, julho 20, 2006

* A Melhor Noticia da minha semana? Da minha vida!*

Notícia rebebida via email:

"Ê, beleza. Acho que agora vai mesmo. A Popload conseguiu arrancar na Inglaterra as datas dos três shows que o grande New Order vai fazer no Brasil. São duas apresentações no Rio e uma em São Paulo.
Anota aí: - 13 e 14 de novembro, no Via Funchal (ou Credicard Hall), em São Paulo -
16 de novembro, Fundição Progresso, no Rio de Janeiro"
Kiss
RCA

No fundo não sei o que é melhor: O New Order vir tocar no Brasil ou ter um amigo tão foda que sabe que o New Order é a minha banda favorita e me manda um email fofo desses, Rodrigo, te adoro, mesmo estando a tanto tempo sem te visitar, eu sei que vc me entende.

Alias, eu vc e a Ana temos que marcar uma reunião de cúpula, acho necessário!

Agora me dêem licença pra ir pular de alegria só pq o New Order vem tocar no Brasil na semana do MEU aniversario!!! Quer presente melhor que esse?

"We're like crystal, we break easy"


Love,


M.

quarta-feira, julho 19, 2006

*Horórscopo II*

Tem gente que me diz pra não acreditar no horóscopo.
Mas noticia ruim a gente tbm tem que saber aceitar.

Quarta, 19 de Julho de 2006

Você já sabe como é bater nas portas erradas. No início, o convite escancarado, a hipnose da sedução, a vaidade alimentada, coisa e tal. O que veio depois, não vamos comentar. Como você já é um escorpiano mais sábio, que conhece bem as pedras da estrada, não gaste seus sapatos nos mesmos caminhos tortos. Respeite seu coração.

Ok, escorpiana sábia batendo em retirada.



Love,


M.

domingo, julho 16, 2006

*eu adoro horoscopo*

previsão do site Terra (sim eu leio horoscopo diário e adoro)

Secretos amores? De certa forma, todos são. Além da universalidade desse imenso sentimento, o amor é vivido dentro da gente, em nossos cantos e curvas, cada um a seu jeito, cada qual com seus segredos, nossos tantos amares e diferentes amores. Se afligir, para que, escorpiano? Viver sem amar, isso sim é que não dá!

Adoro ler coisas que me colocam pra cima!

* * *

Love,

M

*bicha*

Um dia, acho que foi logo depois das festas de final de ano, minha chefe apareceu com um colar novo e brincos que combinavam. Era um cordão de ouro com um enorme pingente de cristal Swarovsky em forma de estrela. Os brincos seguiam a mesma linha: ouro sustentando um pingente em cada orelha, apenas um pouco menores que o pingente do colar. Eu reparei logo cedo qdo cheguei, mas como estava cheia de serviço, mal tive tempo de dizer 'bom dia', que dirá fazer algum comentário sobre as estrelas. Lá pelas onze, chegou a Sônia, uma bióloga funcionária do laboratório a quem eu carinhosamente chamo de 'mãe'-e ela me chama de 'fifi' pq eu não permito que me chame de 'fia'. Enfim, a Sônia e minha chefe têm quase a mesma idade e são amigas desde sempre. Conversavam animadamente na área técnica enquanto eu preparava o início da rotina de hemogramas daquele dia. Eu estava meio cantarolando, meio prestando atenção na conversa quando fui então 'solicitada':

- Bla bla bla, olha fifi, olha como ela tá chique! - e apontava pra minha chefe parada, em pé, ostentando aquela constelação dependurada em ouro.

Eu chego, paro ao lado dela, passo o meu braço por cima de seu ombro e digo (assim como se ela fosse minha velha amiga tbm):
- Você viu mãe, como ela tá bicha?! - digo isso com o maior sorrisão e fazendo que 'sim' com a cabeça, como um sinal de total aprovação. Pois é, finalmente pude contemplar de perto aquelas estrelas que mudavam de cor conforme a luz, tão lindas e...

- MELISSA!!!
- Er, o que foi doutora? - minha chefe tava meio vermelha...
- Do que foi que vc me chamou?!

Sei lá, tem gente que não sabe, mas é melhor eu esclarecer: a palavra BICHA no meu vocabulário quer dizer: BONITO, LEGAL, AHASOU...entendeu?

* * *

Love,


M.

*Medo faz o intestino funcionar*

O paciente (um orelha seca qualquer de seus 20 anos, mais ou menos) entra na sala e senta na minha linda cadeira de tortura...(a cadeira de coleta de sangue...huahuauhah...risada maligna)

Eu - Bom dia Fulano*
Orelha seca - Bom dia enfermeira.
Eu - Aqui consta que além de sangue vc tbm tem exame de fezes, você troxe?
OS - Não, ixi, num "avisaro" nada...
Eu - Bom, vou te dar um potinho com etiqueta com seu nome e vc traz amanhã.
OS - Ixi...amanhã não dá moça, eu moro em Cotia e fica muito longe pra eu vir trazer.
Eu - Bom, o senhor pode pedir pra alguém trazer.
OS - Ai, ixi...posso não...é que minha irmã tem que ficar com minha sobrinha, porque o meu cunhado foi pro norte e minha mãe...
Eu (cortando o cara antes que ele me conte a vida inteira dele) - Bom, então como o senhor pretende fazer?
OS - Olha, moça, eu tou com um medo tão danado dessa agulha que eu posso até fazer agora.

(Pausa pra vc dar risada)

Eu (segurando a minha risada) - Então vai, o banheiro fica no corredor.

Ele vai. Fica 5 minutos e volta meio constrangido.

OS - Moça....
Eu (já sem paciencia nenhuma) - Pois não?
OS - Me arranja um "pauzinho"
Eu - Ai...

* * *


Love,


M.

terça-feira, maio 23, 2006

*espermograma*

Esses dias eu tava colhendo lá no Marylab e me aparece um zé roela pra colher um espermograma:

Eu - Bom Dia seu Zé Roela, o senhor já conhece esse exame?
Zé Roela - É...eu acho que conheço.
Eu - Bom então eu vou explicar: o senhor vai colher todo esperma dentro desse potinho tá bom?
ZR - Tá bom.
Eu - Mas antes eu preciso fazer duas perguntas: o senhor já fez vazectomia?
ZR - Ahn...(pensando)
Eu - É aquela operação pra não ter mais filhos.
ZR - Não, não senhora.
Eu - Faz quantos dias que o senhor está em abstinência sexual?
ZR - O que???
Eu - Quantos dias o senhor está sem fazer sexo? ¬¬
ZR - ah, uns 5 dias...
Eu - Então tá, seu Zé Roela, toma aqui o potinho e o banheiro é a segunda porta do corredor.

E lá vai o seu Zé Roela pro banheiro.Como eu sei que isso vai demorar um pouco, eu chamo outro paciente pra ir adiantando a coleta. É uma criança e o pai veio trazer. SEMPRE que colho sangue de uma criança eu antes converso, faço amizade com meu mini-paciente, explico o que vai acontecer, seguro no colo e brinco(mesmo sem ganhar nenhum centavo a mais por isso, eu faço porque criança não entende e os pais sempre estão nervosos demais).OK,criança calma, pai calmo, já convenci a criança a deixar eu furar.Estou preparando o material e o seu Zé Roela bate na porta.

ZR - Pronto "dotora", tá aqui tudinho! - E me mostra o potinho cheio de urina.
Eu (jogando o potinho fora e dando outro novo) - Não, seu Zé Roela, não é urina, é ESPERMA!
Ele - Ah, não é isso não?
Eu - Não.
ZR - Então já volto.

Eu me volto pro pai da criança com um sorriso amarelo de quem pede desculpa e colho o sangue do bebê que começa a chorar horrores na minha orelha.*Ai*.Feito o curativo e tentando a reconciliação com a criança, o seu Zé Roela bate de novo na minha porta:

ZR - É isso né moça?E me mostra o potinho com um cocôzinho dentro, do tamanho de uma azeitona.
Eu - não seu Zé Roela - e jogo o potinho fora, dando outro novo - é esperma ES-PER-MA!!
ZR - Olha dona 'dotora' num sei o que é isso não.
Eu olho pro pai da criança que está assistindo o show de horror e se segurando pra não morrer de rir.
Eu - seu Zé Roela, escuta, o senhor não sabe o que é esperma,espermatozóide, ejaculação??
ZR - Não.
Tenho ímpetos de falar um palavrão.E nem posso porque estou na presença de outro paciente.
Eu (empurrando seu Zé Roela em direção ao corredor e falando baixinho)- O senhor tem que gozar no potinho entendeu?
ZR - Ah, então era isso??
* * *
Depois eu parei e fiquei pensando, tadjinho do seu zé roela, deve ter sofrido tanto pra fazer aquele cocozinho minusculo, sem vontade nenhuma... HAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHHAHAHAHAH, QUE BURRO, DÁ ZERO PRA ELE!!!

* * *

Love,


M.

*urocultura vs. sanidade mental*

Hoje de manhã, uma coleta pra urocultura:

Eu chamo o paciente (um orelha seca, como sempre) e explico:

- É o seguinte, vc vai pegar essa gaze molhada com sabão antisséptico e vai limpar a glande e a entrada da uretra (percebo a careta e troco "glande" por 'cabeçado pênis' e "uretra" por 'buraco onde sai o xixi')...depois pega a gaze seca e enxuga. Faz o primeiro jato da urina no vaso e colhe o resto no potinho.
Orelha Seca - Ahhh... (fazendo que entendeu, com cara de quem não entendeu)

E vai pro banheiro.

2 minutos e ele volta:

OS - Enfermeira, eu limpo com qual mesmo?
Eu - Limpa com o molhado, enxuga com o seco e faz o xixi.
OS - Ahnnn (indo pro banheiro e coçando a cabeça)

2 minutos depois de novo:

OS - Enfermeira, é pra limpar antes ou depois de fazer o xixi?
Eu - Antes né? (deu vontade de responder: depois vc balança, sua anta,até eu que não tenho pinto sei disso!!!)

Eu mereço.Vou mandar a conta do psiquiatra e a conta da farmácia pra minha chefe.
Mas no fundo, eu me divirto.

* * *
Love,


Mel.

domingo, maio 21, 2006

The Dog

- Doutora, a senhora já viu o cachorrinho que o pessoal aí da frente tem?
- Qual, o basset?
- Isso, daquele pessoal que dá assistência técnica, do outro lado da rua. Hoje cedo eles estavam com o cachorro aí na frente.
- Ahn...
* * *
- Doutora, eu posso ter um cachorro?
- Pode ué, se sua mãe deixar...vc tem quintal em casa?
- Ah eu tenho sim, mas a minha mãe não deixa
- Que pena!
- A gente também tem um quintal aqui né?
- O que vc tá querendo dizer com isso Melissa?
- Tou querendo dizer que como a gente tem um quintal aqui, também poderíamos ter um cachorro! eu cuido dele!
- Melissa, o coitado do cachorro vai ficar sem ninguém no final de semana?
- Não doutora, no final de semana eu levo ele pra minha casa e na segunda-feira eu trago de volta.
- Mas e a ração? E o veterinário?
- Eu compro e eu pago.
- Você tá falando sério?
- Tou doutora, a senhora deixa?
- Não!
- Mas porque não?
- Pq isso aqui é um laboratório, Melissa, isso é um estabelecimento de saúde, como é que vc quer ter um cachorro aqui? E se a vigilância sanitária vier aqui?
- Eu escondo ele.
- Eu juro que às vezes penso que vc é doida.

Minha chefe usa as mesmas frases que a minha mãe.
Não sei pq.


* * *

Love,


M.

domingo, maio 14, 2006

Eu e essa minha mania de ouvir rádio AM.
Hj tava ouvindo uma rádio onde o locutor tava fazendo propaganda de uma bala que serve pra curar qualquer tipo de mal respiratório. Daí eles ligam na casa de alguém que já comprou a tal bala e entrevistam a pessoa...ai...segue o drama:

locutor: - Então pra quem vc comprou a bala?
Cliente: - Pro meu bebê, foram meses sofrendo com a rinite alergica dele.
locutor: - Ah, vc dissolvia e dava na mamadeira? (Não, imbecil, ela dava a bala inteira pra criança engasgar)
Cliente: - Isso, olha fulano, era um sufoco, toda hora ter que levar o menino no hospital.
locutor: - É dureza...
Cliente: - Entupia o nariz dele e o bichinho ainda não sabe respirar pela boquinha...

Eu: - NÃO SABE RESPIRAR PELA BOCA!!!!MEU DEUS!!!E SE ELA NÃO PERCEBESSE A TEMPO QUE A CRIANÇA ESTAVA COM O NARIZ ENTUPIDO???
Fátima: - Tsc tsc...

Rádio AM rules.

* * *

Love,


M.

domingo, maio 07, 2006

Na época eu ainda ia até a sala de espera chamar paciente por paciente. Hoje eu 'grito' lá da sala de coleta mesmo, pode parecer mal educado, mas os médicos fazem assim e as pessoas os veneram, não é mesmo? E naquele laboratório chique que eu não vou falar o nome mas todo mundo sabe qual é, tu tem uma senha numérica, igual àquelas da Caixa Econômica, e vários painéis na sala de espera, um painel pra coleta, um painel pra fazer a ficha, um painel pra retirar o resultado...legal que não tem nenhuma placa avisando qual é qual, eu mesma custei a entender, mas enfim o assunto não é esse.
O que acontece é que toda vez que eu ia até a sala de espera chamar algum paciente, uma senhora fazia menção de falar comigo, mas o rapaz que a acompanhava a fazia sentar-se novamente. Nem dei bola, afinal minha sala de espera tava lotada.
- Fulano de tal.
- Sou eu. - e levanta o rapaz que estava em companhia da senhora que eu mencionei aí em cima. Ela continuou sentada.

Ele me seguiu pelo corredor e sentou-se na minha 'cadeira de tortura' hahahahahahahahahah....esticou o braço e eu passei o algodão com alcool. Já percebeu o quanto o algodão com alcool é mais apavorante do que a propria agulhada? Às vezes eu penso que tomar injeção ou tirar sangue seria bem menos traumatizante se não fosse obrigatória a limpeza com o bendito algodão gelado. Seringa de 20ml, a maior da minha gaveta. O médico do cara pediu tudo quanto é exame que existe nesse mundo. Foi fácil, a veia dele parecia um cano da SABESP subcutâneo, eu até puxei assunto, pra tentar distrair o paciente que estava visivelmente nervoso e além de tudo era bonitão, na ficha tava escrito que tinha 29 anos, mas aparentava menos, um porte atlético, altão sabe...então...
- Aperta aqui enquanto eu coloco teu sangue no tubinho - eu pedindo pra que ele pressionasse o pedaço de algodão seco que coloquei sobre o furinho feito com a agulha.
...
- Enfermeira...
- O que?
- Eu posso deitar? - nisso eu me viro e o cara tá ficando verde. Termino rapidamente de tampar os tubinhos e vou tirar umas malditas lâmpadas fluorescentes de cima da maca (quem foi o cretino que botou isso aqui?)...

PLOFT!!!

Tá lá o Zé Bonitão estatelado no chão, com os olhos abertos feito morto de filme americano. Legal foi que ele caiu com as costas na porta da sala de coleta, que abre pra dentro. Eu já tive o desprazer de ver outra pessoa desmaiar dessa maneira na minha frente e pior, foi a minha mãe. E enfermeira que estava comigo nesse dia me disse:
- Qdo um paciente seu desmaiar, não precisa se assustar, é só uma queda de pressão, apenas fique atenta na respiração. O paciente geralmente volta ao normal em alguns minutos.
E foi verdade, minha mãe acordou em menos de um minuto.

Experiente como sou, adivinha qual foi o socorro que prestei ao desfalecido? Nenhum, óbvio. Apenas fiquei ali, agachada em frente sua cabeça, soprando e abanando sua cara tosca e juro que nesse momento segurei um riso. Ao mesmo tempo, barulho de correria no corredor, a maçaneta girando mas a porta não abria, lembra que eu disse que o cara caiu bem rente à porta?
- Meu filhooo!! Meu filhooo!! - a mãe do cara gritava lá fora como se eu tivesse botado o infeliz numa cadeira eletrica - Abre essa porta!!! - e forçava a porta, que batia nas costas, na nuca e na cabeça dele. tum tum tum.
Nessa hora eu ja tava chorando de rir nem conseguia mais soprar a cara dele, só tive forças pra dizer:
- Paaaaaara dona! A senhora vai machuca-lo!

Nisso, como era de se esperar, o paciente começou a voltar, veio se arrastando pra cima da maca...abre-se a porta, e a visão que eu tenho me faz de novo segurar o riso: a mãe pálida de susto, minha chefe com cara de "what a fuck??" e o André (nosso recepcionista) parecendo urubu em cima de carniça. E eu ali, no melhor estilo enfermeira bem comportada:
- Ele desmaiou, mas já está tudo sob controle. - e exibo meu sorriso mais simpático do mundo.
- Olha moça, eu ia falar com vc antes, mas meu filho Robertinho não deixou. Ele tem dessas coisas, fica com vergonha quando a enfermeria é novinha assim sabe - e me aponta o dedo com um ar de Odette Roittman, como se ser nova fosse um defeito meu, e continua a humilhação de Robertinho - Pois bem 'filhão' essa vergonha foi pior, não foi???

É Robertinho. Se vc tivesse avisado, não teria batido a cabeça no chão. Idiota.

***
Love,


M.

sábado, maio 06, 2006

só pra constar: eu ODEIO colher papanicolaou óquei?
****
Hoje fiz plantão:

- Ah, papanicolaou, é ruim fazer este exame né? - comento eu enqto coloco as luvas, pensando no momento inevitável de encarara paciente 'a fundo' se é que vc me entende...
- eu não sei não, eu nunca colhi... - ela diz enqto abaixa as calças, meio sem jeito...
- bem então eu vou te explicar - e segue toda uma explicação técnica com linguagem chula sobre como eu iria...bem, vc sabe. Se não souber, um dia eu te explico pelo MSN, mas já adianto que é nojento

A paciente não fez cara de NADA qdo eu terminei a explicação. Comecei a achar que ou ela era surda, ou ela ñ entendeu nada, mesmo eu tendo usado palavras como "enfiar", "raspar" e "não dói mas incomoda".Enfim, falei então que esse tipo de exame tem que ser feito de ano em ano em toda mulher sexualmente ativa. Perguntei então desde que idade ela...bem, vc sabe...

- Eu sou virgem.
- Tá dispensada. O exame de sangue fica pronto em 5 dias.
- Mas e ...
- Não meu benzinho, não pode.


Mas que caralho!!!!! Já pensou se eu não pergunto??? Já pensou se numa dessas eu vou colhendo e a SONSA não sabe o que é um papanicolaou??? Descabaçada por um espéculo...não sei se dou risada ou se choro. Bayana, eu mereço.



Love,


M.

quinta-feira, maio 04, 2006

Hoje eu escutei uma historia no rádio assim:

"Eu e Augusto nos conhecemos desde a adolescência, começamos a namorar quando eu tinha apenas 17 anos. O namoro era sério, eu era completamente apaixonada por ele. Éramos um casal perfeito, pois nossas idéias eram as mesmas, os gostos, as músicas...tanto que, no meu aniversário de 18 anos, Augusto me levou ali, debaixo da árvore onde costumávamos nos sentar todas as tardes, sim, aquela árvore onde com o canivete escrevemos as nossas iniciais no começo do namoro. Foi ali que ele me pediu em casamento. Que dia feliz!
Eu aceitei obviamente e logo o pedido foi oficializado aos meus pais.
Nos casamos um ano depois e fomos morar com minha sogra. (se a historia fosse minha, com certeza aqui ela mudaria de rumo, mas eu só tou contando o que eu escutei) - mas aquilo não era pra gente, afinal quem casa, quer casa. Vendo a situação, Augusto alugou uma casinha pequena e assim que nos mudamos, ele perdeu o emprego. Pensei que estivessemos arruinados agora, mas com o dinheiro que recebeu, ele comprou um carro e começou a trabalhar como taxista. No final, acabou sendo melhor, pois a renda como taxista era maior e nossos gastos cresceriam bastante dali pra frente, pois eu estava grávida. Sim, grávida! Augusto ficou radiante quando lhe dei a notícia, e em dezembro de 1982 nascia Lucas, nosso unico filho.
Ele pegou a criança no colo e gritava, urrava pros 4 cantos que aquele era o dia mais feliz de sua vida. Que ele era um homem feliz e realizado, que tinha a melhor mulher, a melhor vida (e tudo aquilo que os recém-papitos patéticos dizem, tsc tsc... tááá isso foi por minha conta)...bem, voltando...
Eu era uma esposa e uma mãe muito dedicada, tudo sempre estava na mais perfeita ordem dentro de nossa casa, nosso filho sempre arrumado e bem educado. Augusto não tinha o que reclamar de mim, mas um dia eu senti um cheiro diferente em sua boca. Sei lá, parecia um perfume desconhecido em sua pele, porém tratei de tirar aquela ideia da cabeça, acho que era ciume bobo, coisa de quem é feliz e tem medo de perder.
Porém Augusto mudou seu comportamento, atrasava-se com frequencia para o jantar e sempre com aquele cheiro estranho...pensei então que deveria lhe fazer uma surpresa: naquele mês seria seu aniversário e eu lhe faria um belo jantar, bem romantico.
Me arrumei toda neste dia, deixei o Lucas com meus pais, pois queria que fosse um momento único, o momento da reconquista, momento de olhar nos olhos e nada dizer. Isso realmente teria sido fantástico SE Augusto tivesse aparecido. Esperei, esperei, esperei e nada. Começaram a passar pela minha cabeça as maiores desgraças do mundo, imaginei meu marido envolvido em algum acidente, ou sequestrado, ou...Deus do céu, eu não podia ficar ali parada enquanto ele estava em apuros!
Fui correndo feito doida, às 4 da manhã até a casa dos meus pais. Chorando desesperada, acordei meus pais e contei o ocorrido. Meu pai me disse que eu deveria me acalmar, que parasse com aquele escândalo e que meu marido estava na casa da Joelma (não, não era a do Calypso) e que se eu duvidava da palavra dele, era só ir até a casa dela...o bairro inteiro sabia...
Augusto apareceu apenas no outro dia, de manhã bem cedo. Uma cara de desconcertado, vi ali minha vida, naqueles olhos que não ousavam me encarar. Ao invés de repudia-lo, de brigar, fiz o contrário: abracei meu marido com toda minha força e num soluço ainda apaixonado disse que mulher nenhuma iria nos separar, que eu não iria permitir que alguém arruinasse minha felicidade. Ele me pediu desculpas, disse que foi uma falha enorme, mas que queria muito reconstruir nossa felicidade a partir daquele momento. E fomos ainda mais felizes pelos anos que se seguiram...
Nosso filho crescia e só nos dava alegria, nossa familia forte, unida, ele trabalhando cada vez mais dedicado ao lar e eu também, já acostumada aos horarios dele, deixava sempre o jantar preparado às 7 da noite, pois era costume de Augusto jantar assim que colocava os pés em casa.
Porém um dia, sem mais nem menos, meu marido se atrasou. Pensei que talvez tivesse pegado um cliente de ultima hora, uma corrida longa quem sabe...fato é que já eram onze da noite e meu marido ainda não havia aparecido. Liguei então no ponto de táxi, onde outros colegas poderiam me dar noticias do que poderia ter acontecido. Disseram apenas que Augusto deixou o ponto às 18:45, assim como fazia todos os dias e não estava fazendo nenhuma corrida e sim indo direto pra casa.
Meu mundo desabou pela segunda vez. Sim, de novo ele caiu na tentação, mas agora eu não perdoarei, seja Joelma, seja a vagabunda que for, não quero mais saber! Amanhã cedo qdo ele resolver aparecer, direi-lhe tudo o que está entalado em minha garganta! E nesta noite fui dormir chorando.
De manhã cedo, como era de se esperar, um carro estacionou em frente nossa casa. Ah, mas eu ja sabia exatamente o que dizer ao safado do Augusto! Mas tocaram a campainha...será que alem de tudo ele perdeu as chaves?
Eram policiais. Perguntaram se eu conhecia Augusto e eu respondi que sim, um pouco assustada. E eles não tiveram dó ao pronunciar tais palavras:
-Seu marido morreu ontem, num acidente de carro, por favor a senhora nos acompanhe até a delegacia e ao IML para fazer o reconhecimento e pegar os pertences do falecido. Sentimos muito."

Rádio AM serve pra isso.


Love,

M.

quinta-feira, abril 27, 2006

The Killer in me, is the killer in you

- Oh Deus,o que eu fiz pra merecer você! Porque vc é assim? Vc não podia ser igual aos seus irmãos, que são normais e tem pessoas da mesma idade ao lado deles?Vc sempre deu trabalho, vc só me dá desgosto. Já percebeu que vc não faz nada certo? Só me aparece com doido aqui em casa, quer que eu enumere? Só não te aconteceu coisa pior pq Deus toma conta de vc por mim, vc que sai sozinha pelas madrugadas, de metrô, vc é doida e quer me deixar doida tbm...Ele não vai ficar aqui, tá entendendo? Eu pensei melhor e vi que não estou preparada pra isso, não aqui na minha casa. E vê se para de chorar, não se faça de coitada, tenha coragem!

O travesseiro tava meio molhado, meio melecado, meio gelado...mas chegou uma hora em que o sono foi maior.
Dor de cabeça total.



Love,


M.

segunda-feira, abril 24, 2006

*HAPPY*

- Mãe...
- O que?
- Ah nada...quer salada?
Eu olho pra minha irmã, aquele olhar que só a gente entende cruzando a mesa na hora do almoço. Ela tenta de novo:
- Mãe...
- Fala Iasmine!
- A senhora deixa o Filipe ficar aqui em casa?
- Quem?!
- O Filipe mãe, amigo da Melissa. Vc vai gostar muito dele, mãe, ele é um menino tão legal!
Daí a gente começa, num compasso como que ensaiadas por um maestro, a enumerar todas as qualidades do nosso amigo. Pelo menos as que a gente conhece. De fato, enfeitamos um monte e talvez até tenhamos inventado alguma coisa, que no meio da balbúrdia não deu pra perceber.
- Tá, eu deixo.

Chandon e conversinhas todas as madrugadas. fofoquinhas e risadinhas. Amo vc tanto que as vezes eu nem acredito.


Love,

M.