segunda-feira, março 23, 2009

Irmãos

Sobre ter um irmão

Quando se cresce com um menino as coisas são diferentes, a gente aprende a gostar de coisas que não gostaria se não tivesse que conviver com esse ser que tira meleca do nariz na sua frente e aparece de cueca e meia na perto das suas amiguinhas.
Às vezes eu fico pensando que não é possível que a gente tenha saído da mesma barriga, olha o jeito dessa criatura! E as brigas quando a gente era criança, pelos motivos mais incríveis do planeta que iam desde a disputa pelo controle remoto (ou joystick) até qual dos dois iria tomar vacina primeiro.
Meu irmão me ensinou a jogar River Raid, me ensinou a fazer rabiola e também a não me levar tão a sério. A gente quando tem um irmão, aprende que se a menina tem uns bacons na barriguinha é chamada de falsa-magra e se tem uns kilinhos a mais, é gordelícia e que quem fica achando defeito nisso ou é viado ou é amiga invejosa.
Ele nunca lembra o nome das músicas que gosta, toda vez ele me liga e coloca o celular no alto falante "De quem é essa música?" e eu que me vire pra descobrir. Aí depois ele vem com o violão debaixo de um braço e a cifra com a letra debaixo do outro e me diz "vai, canta aí, mó legal essa música" e eu de pijama e bobs no cabelo cantando Bachman Turner Overdrive ou Arc Angels e ele tocando. Acreditem, ainda é melhor do que ELE CANTANDO. Quando ele resolve cantar meu pai diz "Sobe lá e dá um jeito naquilo".
O meu irmão tem certeza de que ele é o cara mais esperto do mundo e faz isso de uma maneira tão ingênua que acaba sendo cômico, como quase tudo que ele faz. Adoro esse jeito leve dele, de rir de tudo e que fica mais engraçado quando tá indignado e tentando falar sério.
Ele também me ensinou que homem não presta, mas é melhor eu não me aprofundar nesse assunto pq a minha cunhada pode ler isso e não gostar...rs. Ainda assim ele foi o único que me consolou do jeito mais doce do mundo quando me viu chorando por causa de um cara que partiu meu coração. Eu lá, de nariz vermelho escorrendo e ele passando a mão no meu cabelo: Não chora, vc merece coisa melhor. Que bonitinho, hahaha...
Conheço algumas pessoas que não se dão bem com os irmãos, não aguentam passar muito tempo juntos, outros nem se falam. Acho isso estranho, não tem gente que eu goste mais no mundo do que esses dois seres que chamam de mãe e pai as mesmas pessoas que eu chamo. Era pra ter mais um antes de mim, mas ele morreu quando ainda era sementinha na barriga da minha mãe.
O nome do meu irmão é Vinicio, mas o apelido dele é Pio. E eu e a Ias somos as irmãs do Pio. O Pio que me ensinou que a letra de forma é mais bonita.
E pra Ias eu escrevo outro texto, que esse é só do meu irmão.

Luv,

M

quarta-feira, março 18, 2009

Off.

E é assim, encerro você como quem deixa de lado um caderno, não pq não tinha mais o que escrever, mas pq minha caneta falhou antes do tempo. Eu quero escrever, mas falta o elo entre o papel e os meus pensamentos, uma caneta ruim que às vezes solta tinta demais, outras vezes não escreve nada, nem uma vírgula, nem um rabisco.

E no meu próximo aniversário eu vou pedir de presente coragem suficiente pra não ter mais que fazer isso. E o pedido antes de cortar o bolo vai ser "Please, don't let me go".

Quem sabe qual é o gosto do último beijo?

=*

sexta-feira, março 13, 2009

Desapego, casamento e açúcar.

E daí que ontem finalmente foi o último dia do meu orkut.
O que houve? Nada.
Acho que os últimos acontecimentos envolvendo o nome Orkut têm me deixado tão irritada que de repente usei de uma franqueza absurda comigo mesma e pensei: "Melissa, tu quer mesmo ter esse troço?". É, então, não quero.
É claro que eu conheci um monte de gente legal ali e dei um monte de risadas tbm, mas já passou sabe, eu respeito quem gosta e usa, não vou cuspir no prato que eu comi, não é de todo mal. Mesmo assim, muito obrigada, estou satisfeita.
Aqueles que perderem o contato comigo por causa disso, é pq não tinham que ficar mesmo então não me importo, digamos que eu tou trabalhando o desapego...ahhaha

Falando em desapego...
Tá fazendo 4 anos que eu terminei o namoro com o Ger, não sei pq lembrei disso. Ah, o desapego, verdade. Esses dias lembrei de uma coisa que ele me disse, acho que foi a coisa mais legal que eu já ouvi de um cara até hoje, o filho da mãe era bom nisso.
Lembro que eu havia terminado com ele, mas tinha uma passagem comprada pra Ribeirão Preto para o próximo feriado. Não sabia o que fazer, ele disse que seria legal se eu fosse mesmo assim, e como a gnt se dava muito bem eu fui. Daí que, ao chegar lá, eu fiquei meio sem jeito quando ele foi me buscar na rodoviária, não sabia direito como agir (eu gostava dele, mas por causa da porr* de Porto Alegre eu acabei terminando tudo, mas isso é outra história). Acontece que pra ele nada tinha mudado. Me abraçou, me beijou e fomos andando de mãos dadas.
Eu perguntei "Pq vc tá me tratando assim, como se a gnt ainda namorasse?" e ele respondeu: "Pq vc vai ser pra sempre a minha namorada" e beijou o meu cabelo. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHH, fez curso pra ser fofo, não existe gente assim no mundo.
Algumas semanas depois ele me pediu em casamento e eu aceitei.
Depois eu fui embora, larguei Gerson, larguei um monte de coisa e fugi. (Grande novidade)
Me chamaram de doida, me disseram que homem pra mim tinha que ser daqueles que segura pelo pescoço, pelos cabelos, que eu só iria aprender quando arrumasse alguém que me colocasse no cabresto. Hahahahahahahah, até parece... O.o
Agora o Ger já casou, tá lá feliz, marido e papai e eu tou feliz por ele pq era o que ele queria, só que não foi comigo.

A última coisa boa que me aconteceu no Orkut foi o Açúcar.
O Açúcar tem sempre paciência pra me ouvir contar as ladainhas, gasta as noites rindo comigo das coisas idiotas que a gnt inventa (vai neon?) e ele tem o cabelo exatamente da cor que eu queria que o meu fosse. Quando eu brigo com ele (uma vez por mês), fica faltando um pedaço, parece que eu briguei com alguém da minha família, me dá mal-estar. Aí eu fico na fossa ouvindo as músicas dele, morta de ciúmes das amigas leitecumpera e querendo que ele morresse na próxima esquina. Ele me cutuca, a gnt lava a roupa suja e depois ele vem todo piadista e me fala algum absurdo pertinente aos seus 18 anos (sim o Açucar é um piá de bosta)e me faz morrer de rir. Não foi à toa que eu dei esse apelido pra ele, pra desfazer meu bico não pode ser gente, tem que ser açúcar. Seu estrupício.

Tem outras coisas, além de açúcar e orkuticídio acontecendo, mas eu não sei se quero falar disso agora, na verdade não sei nem se há o que falar. As coisas ficam todas subentendidas e complicadas, os muros são altos demais pra mim, não tem escada, não tem corda... sei lá, bateu um cansaço. Quero meu casulo, quero o inverno pra ficar debaixo das cobertas assistindo TV e comendo porcaria...mas agora não dá, eu tenho que estudar pra prova.

Love,

M