sábado, fevereiro 12, 2011

00:27

É bom ter escolhas, ter opções daquilo que a gente quer ou não quer pra vida. Digamos que 90% do que a gente é, foi fruto das escolhas feitas no passado, ou seja, agradeça a si mesmo caso tenha uma vida no mínimo satisfatória. Obviamente eu não comecei a escrever pra falar do mesmo, pra chover no molhado, todo mundo sabe disso e quem ainda bota nos outros a culpa pela vida que leva, eu classifico apenas como infantil, pois convenhamos, apenas as crianças dependem absolutamente dos adultos (e muitas vezes tomam até conta deles).
Enfim, não quero falar sobre isso, é muito fácil falar daquilo que a gente entende, daquilo que se pode simplesmente trabalhar e comprar, estudar e se formar, escolher ou não escolher no grande catálogo da vida (oi AVON!). Seja qual for a condição, há sempre uma saída prática e tudo que a gente precisa é de disposição, coragem pra começar e terminar.
Não sei se é verdade, mas dizem por aí que tudo o que é mais difícil, é mais gostoso. Deve ser mais gostoso quando se atinge o objetivo (óbvio!), mas... por que será ninguém fala das coisas que não dependem da gente? Das coisas que você não pode fazer nada, a não ser torcer, rezar, orar ou seja lá o que é que você faz quando quer que algo dê certo. Só sei que quando a gente chega num ponto desses, fica difícil dizer "tô de boa". Mentira, não tá, ninguém tá. Se vc "tá de boa", então é pq o negócio nem é tão importante assim.
Daí aparece um fulano não sei de onde e diz que deve-se ter o pensamento positivo, que se você mantiver o pensamento pronto de um vencedor, tudo vai dar certo na sua vida. Ok, concordo com a parte do pensamento positivo, é muito bonito na teoria, porém quando aquilo que vc tanto mentalizou positivamente simplesmente dá errado, cai sobre seus ombros a culpa de não ter mentalizado o suficiente. É nessa hora que aparece outro fulano não sei de onde e diz pra vc não ficar assim, pois tal assunto não dependia apenas de você. Minha conclusão: enfie seu pensamento positivo no rabo. Minha palavra: Realismo.
Dividir as coisas entre práticas e não-práticas pode ajudar a organizar a vida, mas dá medo. Pode-se fazer uma lista enorme das coisas práticas, mas quem aqui é doido de querer ter uma lista enorme das coisas não-práticas? Das coisas que vc não escolhe, das condições que aparecem de repente, das pessoas que mudam de idéia de uma hora pra outra, da chuva que veio bem na hora que você estava saindo de casa... e aí, vai me dizer que vc manda nisso também ?

* * *

Eu sei, é um puta papo de mulherzinha esse. Homem é mais centrado nas coisas práticas e eu chego a sentir uma ponta de inveja, ah que maravilha seria se as únicas coisas que meu cérebro se importasse fossem trabalhar, estudar, pagar contas e ter algum circo de vez em quando. Dizem que quando uma mulher fala demais, falta-lhe um tanque de roupas sujas pra lavar. Usando o raciocínio lógico, o tanque de roupas daria menos tempo pra mulher pensar caraminholas e eu juro que se isso funcionasse, eu lavaria de graça a roupa de toda minha vizinhança.

* * *

Eu fiz tudo que eu podia pra esquecer. Tirei tudo da minha vista, mudei o roteiro, o assunto. Conheci um mundo, mudei de amigos, de roupa, de hábitos. Gostei de tudo isso e todo dia eu penso "A vida, meu bem, ela continua..." Foi o que eu te disse antes de ir embora e você me chamou de forte, disse que eu era corajosa.

e eu fui. agora só me falta conseguir parar de sonhar todos os dias com você.

2 comentários:

Edu Chock disse...

Quem disse que os homens são mais centrados e práticos?
Talvez a grande maioria só minta um pouquinho (Pareceu imprevisto, ms eu calculei-o e saiu como esperado).

Sobre esforços para esquecer algo, tenho a impressão de que, quanto mais nos esforçamos para esquecer, mais lembramos.
e ODEIO o lance do "tanque de roupa" mas você sabe disso.

Bjos Mel! =oD

Nicole disse...

As vezes só de pensar em pensar sobre alguma coisa eu já tremo.

Aquilo que não depende de mim, acredito que aprendi a deixar acontecer. É claro que quando não dá certo eu fico triste. Muitas vezes me deixei abater; em outras ocasiões fui forte e superei rapidinho.

No fundo, acho que somos todos mutantes demais para nos definirmos. Aquela história de "hoje eu quero, amanhã não sei", entende? Acredito que todos nós temos um pouco disso.

O problema é quando a coisa não dá certo, você sabe que o melhor a fazer é esquecer, mas mesmo assim seus pensamentos permanecem no passado, remoendo como poderia ter sido diferente se você (ou ele, ou alguma coisa)tivesse caminhado para outro lado.

E aí, amiga, é um labirinto. Sorte de quem consegue sair ileso!