sábado, fevereiro 21, 2009

Ao cadáver desconhecido

"Ao te curvares com a rígida lâmina de teu bisturi
sobre o cadáver desconhecido,
lembra-te que este corpo nasceu do amor de duas almas,
cresceu embalado pela fé e pela esperança
daquela que em seu seio o agasalhou.
Sorriu e sonhou os mesmos sonhos das crianças e dos jovens.
Por certo amou e foi amado, esperou e acalentou um amanhã feliz e sentiu saudades dos outros que partiram.
Agora jaz na fria lousa, sem que por ele se tivesse derramado uma lágrima sequer, sem que tivesse uma só prece.
Seu nome, só Deus sabe.
Mas o destino inexorável deu-lhe o poder e a grandeza de servir à humanidade. A humanidade que por ele passou indiferente"


(Rokitansky, 1876)

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

.06:15am.

Acordou sozinha, o despertador não foi necessário naquele dia. Mesmo assim rastejou até o banheiro, não que estivesse com sono, mas pelo hábito de parecer um verme pela manhã.O cabelo amassado, a cara inchada.
Olhou no espelho, pegou a escova e a pasta de dente. "Pq raios eu estava me sentindo mal ontem mesmo?" Leva-se tempo pra organizar todos os pensamentos antes do primeiro gole de café.
Engraçado como tudo de manhã é difícil, trocar de roupa, calçar os sapatos. A mochila fez lembrar que hoje tem aula, não entendia como isso podia acontecer, ter preguiça daquilo que sempre quis. Continuou, amarrou o cadarço e desceu, com mochila e tudo, não pensando em nada.Certamente não era o início das aulas que a fazia sentir tão ... tão o quê?
Achava que ele poderia ajudar, não pode. Achava que se fosse aeromoça, teria sempre um motivo pra ir embora, que não fosse o coração partido. Achava que ficaria de cara amarrada o dia todo, mas chegando no trabalho sorriu para o espelho e tingiu os lábios de vermelho, como de costume:
-Hoje não.

A Menina que Roubava Livros

Como a maioria dos sofrimentos, esse começou com uma aparente felicidade.

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

.Dia de fúria.

Hoje eu fiquei putassa da vida.

Me ligou um estrupício lá no escritório perguntando qual era a cor da minha lingerie.Eu não sei quem era, o filhodeumaputa ligou de um orelhão.
Desgraçaaaaaado!!!
Na hora que eu atendi, a voz era igual de um amigo meu, mas quando começou a conversa bizarra, eu vi que não era. filhodaputa, me tirou do sério, me deu aquele ódio que dizem que não é bom a gente sentir, aquele que dá nó na garganta, dor de estômago e infarto do miocárdio. O ímpeto é de quebrar o telefone em um milhão de pedacinhos.
Eu não sei quem foi, mas se eu pego o cretino, enfio uma vassoura no rabo dele até ficar da cor da minha raiva, da cor da minha lingerie, puto!

ARGH!